Fala pessoal, surving?
Frase da semana: "prá todo pé doente sempre tem um chinelo velho!" Não perca as esperanças em época de vacas magras...Ah muleque!!!
Segue uma poesia de engenheiro
Bem vindo ao mundo de Timoshenko
Mal eu cheguei ao mundo
Aos três meses de vida
A régua T do velho caiu no meu berço
Olhei meio sem jeito para aquele mostrengo
E comecei chorar a cântaros
Como poderia eu encarar de outro jeito
Aquele objeto, para mim tão abjeto
que tanto me causava medo?
Mamãe ficou desesperada
Conhecia a sina do destino
Mais alguns anos
E eu seria um engenheiro duro
Chato, sem papo, sem graça
Que nem o marido dela
O meu pobre pai
Aos quinze
Fiz um teste para o teatro
O cara me olhou no palco e suspirou
Você não leva jeito de viado
Pode desistir, meu bem...
Não pensei duas vezes
E Cai fora
antes que ele me agarrasse de vez
Pensei em ser jogador de pôquer
Mas eu sempre tinha algum dilema ético
Queria por todas as cartas na mesa
Gostava das coisas certas
E para entrar na jogatina
Não se pode ser amador
Que tal tentar a música?
Lancei-me para o coro da igreja
E fui defenestrado no primeiro “derrama”
Vi qual era a vontade do Senhor
Eu emitia sons desritmados
Fora de tom e de momento
Eu era o tormento do maestro
Eu lhe causava furor
Escritor nem pensar
Só entrara no vestibular
Porque a redação não era eliminatória
Minhas frases eram longas
Meus parágrafos confusos
Eu nunca acertava a crase
E não tinha frase
Que eu não demonstrasse
Minha mente numérica
Sem nenhum tato
Para qualquer conceito abstrato
A engenharia foi minha mãe
E eu seu filho fiel
Ali encontrei o meu porto seguro
O que se pode dizer em dez linhas
O engenheiro fica mudo
E te fornece uma equação
Foi a minha salvação
O engenheiro não tem auto-estima
Depois da primeira prova de cálculo III
O amor próprio fica falecido
E brota em todo o seu ser
Uma impotência existencial
Que só se resolveu a base do pragmatismo americano:
Quem não cola, não sai da escola!
Uma vez formado
Com aquele lauto salário
De mil e duzentos reais
Dá para imaginar
Quantas meninas eu conquistei
Só baranga pintava no meu retrovisor
Mas tudo isso tem o seu lado bom
Eu ainda sou do bem
Não vou ser ninguém
Mas sou um pobre honesto
Réu confesso das minhas próprias integrais
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