quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
Fim do Ano de 2009
Segue uma cronicazinha para fechar o ano de 2009! Grande 2010!
Abs
Armandão
Vesti uma camisa listrada e saí por aí
Tava terminando o ano de 2009 e começou a bater um baixo astral de lascar: perdi cabelo, engordei 10 quilos, dpc (depressão pós calculo - tomei pau em cálculo 4 pela terceira vez), zero bala na account, minha mãe torrando as paciências pra passar o fim de ano na casa da Nona em São Fidelis...
Foi um ano desses brabos! Colocando os óculos escuros do pessimismo, eu estava vendo a bancarrota pessoal. Possibilidade de efetivação no estágio ínfima, depois de discutir tolamente com o chefe...
Foi aí que me lembrei de um samba de breque antigo do Moreira da Silva que dizia: “Vesti uma camisa listrada e saí por aí”! Peguei uma camisa surrada da Portela, azul desbotada e branca, e resolvi dar uma volta pelo Aterro e curtir um pouco o sol.
Descendo no elevador dei de cara com a Tereza, enfermeira do Carlinhos, e o próprio em cadeira de rodas, um engenheiro aposentado precocemente da Petrobras, após um acidente de carro. Ele está meio fora de jogo e nem consegue falar, mas sorriu ao ver-me antes de entrar no seu mundo pessoal. Aquilo foi um aguilhão para mim. Afinal, não estou nenhum Apolo, mas os meus achaques estão sob controle! O elevador chegou ao térreo e despedi da moça desejando um bom 2010.
Ia cruzando a Paissandu com a Senador Vergueiro e encontrei o seu Gaetano – dono da ex-famosa falida casa de doces Suprema -, um italiano bem humorado que estava tentando recomeçar os negócios. “Che se poi fare bambino? La vita é cosi”!- disse-me em tom jocoso, enquanto desfrutava de um cornetto, sem maiores cerimônias. Finalizou com o clássico “ciao” e foi indo em direção da sua casa na Barão do Flamengo. Pensei cá comigo: “pelo menos as coisas lá em casa não estão tão ruins, meu pai ta há mais de 10 anos na mesma empresa e este ano foi promovido a gerente”!
O meu estado de ânimo já estava começando a melhorar, quando principiou a dar cambalhotas! Avistei o Herriot, um sujeito maneiríssimo da UFRJ, pra quem nunca tem tempo ruim e que sempre tem uma piada divertida na ponta da língua! Aliás, várias, quando ele começa é difícil parar! Não se pode estar infeliz ao seu lado! Resolvemos tomar uma vitamina C (cevada da boa) o que definitivamente levantou o moral da tropa!
Pena que ele estava meio com pressa e a dose teve que ser abreviada. Mas valeu!
Tomei a pista em direção a Botafogo. Ao chegar ao fim da pista, fiz umas barras e bati o meu recorde: 6 consecutivas! Para um 4.5 cilindradas não está tão mau! Decidi dar então uma corridinha, trote de coroa, mas cheguei até o forte da Urca! Ah muluque safado! Desse jeito vou correr a “maratoma” de Blumenau - no próximo Oktober Fest!
Chegando em casa de espírito renovado, fui abrir o email e li a mensagem: segunda chamada de cálculo 4 dia 10/02/2010, somente para formandos! Dei um beijo na velha, que não entendeu muito a minha reação e fui pra São Fidelis sem queixumes! Pelo menos a Nona faz um gnochi com braciola de lamber os beiços!
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
London Time Conference December 2009
Hi everybody, what's up?
I was in London recently and I met nice people there, although I felt a little like Caetano Veloso’s feelings when he has withdrawal to the Brazilian scene in the sixties, due to his politics opinion against the former government at that time and had to live in London for few years. Do you remember the old song? Below you will find out its lyric and the guitar positions:
Singer and compositor: Caetano Veloso (1971)
Music: London, London
Guitar Positions: D A/C# Bm A
D A D
I'm wandering round and round, nowhere to go
G A D
I'm lonely in London, London is lovely so
G A
I cross the streets without fear
D Bm
Everybody keeps the way clear
G A D
I know I know no one here to say hello
G A
I know they keep the way clear
D Bm
I am lonely in London without fear
G A D
I'm wandering round and round, nowhere to go
G A G A D
Chorus: While my eyes go looking for flying saucers in the sky (2x)
D A D
Oh Sunday, Monday, Autumn pass by me
G A D
And people hurry on so peacefully
G A
A group approaches a policeman
D Bm
He seems so pleased to please them
G A D
It's good to live, at least, and I agree
G A
He seems so pleased, at least
D Bm
And it's so good to live in peace
G A D
And Sunday, Monday, years, and I agree
G A G A D
Chorus: While my eyes go looking for flying saucers in the sky (2x)
D A D
I choose no face to look at, choose no way
G A D
I just happen to be here, and it's ok
G A
Green grass, blue eyes, grey sky
2x D Bm
God bless silent pain and happiness
G A D
I came around to say yes, and I say
G A G A D
Chorus: While my eyes go looking for flying saucers in the sky
See some photos:
Having in mind all the Brazilians problems and challenges (poverty, violence, GDP -Gross Domestic Product- bad sharing and so on),THAT MUST BE CHANGED BY US, please keep in mind: Brazil is a God’s gift! You see very poor people in the street smiling (even if they do not have no food), black and white living together in peace even getting marry (nevertheless people from the left side are claiming for racism here, mainly the guys from Workers’ Party wish to introduce it with the “politically correct” way of life terms… which seems ridiculous), Jew and Muslim friendship relations (I testified it in my University), Natural Beauty etc etc etc
Which is much remarkable for conscious Brazilians is the foreign admiration that our President Mr. Lula (a ignorant proud to be not educated and with the luck in his side, considering the good economic wave he has surfed, no merit to him except to maintain the former President Cardoso’s economic formula) has caught from Europe and USA. But let’s forget this fool!
We have too much too much to learn with English people (education, organization, proactive ness attitude, work capacity etc) but they in the same manner could learn too much from our way of life!
Let’s play the game together!
Amplexus,
Big Armando
sábado, 19 de dezembro de 2009
Proximidade do Natal
Chegando perto do Natal, a gente amolece, até esqueça do penta roubado ganho pelo urubu!
O Natal é sempre uma oportunidade de descobrirmos quem é o verdadeiro homenageado: Cristo, que desde a gruta de Belém nos dá uma grande lição de humildade!
Para aqueles que estão começando agora sua vida profissional seguem uns conselhos de um inglês amigo meu (Jonny Due)Ah muluque!
Feliz Natal e grande 2010!
Give it up is too easy, requiring no additional efforts only been accompanied by the self-pity, which in many circumstances is equivalent to the personal proud! Do not forget: many people like your family, your best friends and even your enemies strongly depending on your tuff! Struggle till the battle deadline! After the bullets of self-confident are finished begins the real war bayonet by bayonet, and only the hurtled soldiers will receive the Crown of Glory!
Many times youth people have an incredible professional starting, increasing their self-confidence feed by the false pride! Keep in mind: if you are going to be showered with praise as a result, which is something at least! Failures are usual in the learning process of life! Even if you suffer the pain of be fired in your first job it means nothing! Do not look for excuses, self-justifications or even logical reasons! Perhaps they do not exist! Sometimes this is the best thing for us in order to value real important stuffs as such family life times.
In other hand, big fails at the beginning are not our professional death neither the finish of a big carrier! The majority of the human bens do not receive the acknowledging in short term basis. It needs too many years – perhaps more than 10 – to achieve a good skill professional level!
Therefore, you have a long homework to do! Start now! The end point of Tomorrow road is the Neverland Square! Do not postpone the main DECISIONS! Hodie et nunc! Today and now!
domingo, 22 de novembro de 2009
Assim se brigava antigamente
Segue um relato de como era o casamento dos tempos que conheci de criança. Hoje que se fala em tolerãncia, qualquer briguinha vira caso de divórcio. Nunca vivemos em uma sociedade tão intolerante como a de hoje!
Abs
Armandão
Assim se brigava antigamente
--- Ô Ester...cadê a tua filha? Aquela mosca morta nem compra pão na padaria!
--- Totonho, você fez curso de chato por correspondência ou é graduado em Harvard? Vê se larga do meu pé! A tua filha ta em idade de sair por aí, divertir-se um pouco! Pelo menos tem o direito de esquecer que seu pai é louco!
--- Já vem você me rebaixar. Só por que eu não sou médico como o teu irmão Osmar! Quem mandou você me olhar? Eu não pude estudar e tive que agüentar 38 anos de Bradesco para sustentar o lar!
--- Vai começar a ladainha? Daqui a cinco minutos vai falar o nome de cada um da diretoria do banco que não enxergou o teu potencial... que você foi sempre preterido...ensinou os filhos dos diretores a trabalhar...que foi o primeiro nos cursos de treinamento...que perdeu várias oportunidades de deixar o banco, mas preferiu ser fiel ao patrão etc, etc, etc...Deixa de resmungar e toca a vida para frente!
--- O que é que você pensa? Com 73 anos vou voltar a trabalhar, enfrentar busão todo dia?
--- Então não reclama da aposentadoria! Homem em casa é pior que maionese estragada! Ou dá asia ou dá indigestão! Vai balançar o esqueleto por aí! Arruma um bico, vai à praia e corre, sei lá, entra num curso de fotografia para terceira idade!
--- Você gosta de me chamar de velho, mas não larga desse osso! Você é carne de pescoço! Você parou na minha desde que me viu pela primeira vez, lá na Vila da Penha!
--- Você se acha, meu bem! Olha a tua silhueta: barriguinha de cerveja, andar de corcunda, passos arrastados, breguilha semiaberta...vou botar um espelho tamanho natural no nosso quarto para você se contemplar! Aí você verá com seus próprios olhos a verdade nua e crua, que faz questão de não enxergar!
--- Quando você fica brava, fica mais bonitinha! Parece a tua falecida tia, a Alzira, que era doida para dar um chilique e cair nos braços do teu tio Waldemar aos prantos! Era tudo misancene! Mulher gosta de romance, de cena de novela das oito! Me engana que eu gosto, neném!
--- Você queria o que mesmo hoje para o almoço? Caviar? Não vai ter nem bife a role se essa conversinha continuar!
--- Bife a role é comida de office boy! Vê se faz uma bisteca, daquelas de lamber os beiços...afinal amanhã a gente faz 50 anos de casados!
--- Só Deus foi capaz de me fazer agüentar você! Urinando fora do vaso, fumando no nosso quarto, roncando à noite toda...mas ainda assim gosto de você! Sempre um bom pai, trabalhador...
--- Dessa vez não caio na tua! Não vou listar os teus defeitos! Para cada trejeito a mulher tem um truque perfeito! Chora não, coração!
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
rebelando-se
Segue uma poesia de revolta.
abs
Armandão
Partição
Quem quer parte
esquece o todo
ainda que parte
do mundo todo
não reparte
a felicidade que a cada um cabe
Quem quer tudo
se desfaz no muro
e ainda que mudo
se faz tolo
e permanece casmurro
Quem é forte
de peito aberto
enfrenta a morte
ainda que corte
com o gume da faca
a linha da sorte
Quem divide
ainda que vive
destrói a construção
e talvez revide
com a destruição
ainda que, embora, todavia
deixe nua a razão do coração.
sábado, 24 de outubro de 2009
Malandragem carioca
Segue uma nova produção para animar o feriado!
Abs
Armandão
Nada haver
Conversa entreouvida entre 2 malandros esperando o 233 (dorr trerr trerr - pronúncia da probalha - ou doix treix treix – pronúncia da intelectualidade carioca), na praça Afonso Penna:
M1 – Tô cuma paradinha responsa pra tu!
M2- Qualé meu meu cumpade? Sai dessa lama, me tira fora dessa!
M1- Que isso, cara! É responsa merrmo! Tu vai ver a onça bebendo água, vai ficar na cara do gol!
M2 – Tu tá querendo ensinar o Padre nosso pro Vigário, seu otário? Eu sou espada, se liga na parada!
M1- Relaxa, merrmão! Tu ta entrando numa de novela da Globo! Comigo não tem rolo! É preto no branco! Escreveu num leu analfabetus est! É dinheiro cash, brou!
M2- Então desenrola esse plano...chega de tanto suspense, preto veio! Tu é que nem o Fluminense: quando num perde, é jogo zero a zero!
M1- Conhece a lei da gravidade? Tudo que sobe desce, tudo que é bom sempre aparece!
M2- Marr nessa idade? Com mais de trinta anos de praia, tu acha que eu vou cair nessa conversinha?
M1- Ih... ô cara! Qualé sangue bom? Tá ligado? Num fica bolado comigo que eu sou teu camarada! Eu sou um cara irado!
M2- Ô amizade, tu é maneiro marr tu vacila pra caramba! Tu é um tremendo bobina! Sempre enrolado! Eu não vou para na tua não!
M1- Pô, cara, ia desenrolar, marr ta chegando o 233, e vou ter que te deixar, neném!
M2 – Tu num vale um vintém! Marr tu é meu camarada! Vai na fé irmanzinho!
M1- Valeu muleque! Fui!
sábado, 10 de outubro de 2009
A alegria de servir
Segue uma composição muito bonita da poetisa Gabriela Mistral (Chilena)!!!
vlw!!!
abs
Armandão
A imensa alegria de servir
Toda natureza é um desejo de serviço.
Serve a nuvem, serve o vento, serve o sulco.
Onde houver uma arvore para plantar,
planta-a tu;
onde houver um erro para corrigir,
corrige-o tu;
onde houver uma tarefa que todos recusem,
aceita-a tu.
Sê quem tira
a pedra do caminho,
o ódio dos corações
e as dificuldades dos problemas.
Há a alegria de ser sincero e de ser justo;
há, porém, mais que isso,
a imensa alegria de servir.
Como seria triste o mundo
se tudo já estivesse feito,
se não houvesse uma roseira para plantar,
uma iniciativa para lutar!
Não te seduzam as obras as obras fáceis.
É belo fazer tudo
que os outros se recusam a executar.
Não cometas, porém, o erro
de pensar que só tem merecimento executar
as grandes obras;
há pequenos préstimos que são bons serviços:
enfeitar uma mesa.
arrumar uns livros.
pentear uma criança.
Aquele é quem critica,
este é quem destrói,
sê tu quem serve.
O servir não é próprio dos seres inferiores:
Deus, que nos dá fruto e luz,
serve.
Poderia chamar-se: o Servidor.
e tem seus olhos fixos em nossas mãos
e nos pergunta todos os dias:
- Serviste hoje?
Gabriela Mistral, poetisa chilena (1889-1957)
domingo, 4 de outubro de 2009
25 anos
Coringão tá fazendo um papelão...
Segue uma poesia para dar uma animada nesse fim de semana nublado!
abs
Armandão
Ladeira acima
Um olhar rasteiro
Em jargão castelhano
“de telhas abaixo”
Só conduz a desilusão
Você hoje se olhou no espelho
E perplexo e meio vermelho
Percebeu que não tem mais 25 anos...
E daí?
Há tantas coisas por fazer:
aquele elogio que ainda se pode dizer;
aquele pedido de desculpas pendentes;
a mão que se pode estender;
um novo filho ou neto que venha a nascer;
um bom livro para ler ou reler...
Vale qualquer coisa contra a tristeza!
O cinismo da velhice é sinal de fraqueza,
Apesar de parecer ciência ou sinal de esperteza,
É preguiça mental de quem se entrega ao sono letal
no deserto gelado da solidão!
Ladeira acima,
Custa cada passo
Mas vale a pena viver
Ou melhor ainda reviver
Voltar a reinventar-se
Tornar a sonhar é livrar-se!
Imaginar-se no topo da montanha
É afastar-se da cama
da terrível trama
que nos arma a autocompaixão!
Haveria muita coisa a dizer
Mas o melhor é mexer-se,
fazer!
Quem faz do hoje o seu retrato
Não remexe no lixo do passado,
Não relambe velhos fracassos,
Nem acaricia antigas desilusões,
Não revive pequenas intrigas,
Não enumera pessoas inimigas...
Para frente e para o alto!
O muro do fracasso é elevado,
Mas pode ser superado,
Pensando nos bons momentos,
nos bons amigos,
nos bons rebentos que a vida nos proporcionou!
Se falta pouco ou muito,
não importa!
O importante é trancar a porta para o pessimismo
É sair da boca do abismo que se chama frustração!
Alguns minutos podem ser uma eternidade
para quem tem um grande coração!
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Salve o aluno batalhador!
Segue uma poesia tentando valorizar quem leva o estudo como trabalho profissional!
abs
Armandão
Trocado
O meu prezado, diz aí doutor,
Seja o lá o que você for,
Arruma-me um trocado faz favor!
Rapaz, você nem imagina,
Nem te conto minha sina,
Sou teu companheiro de dureza,
Fiz voto de pobreza
E virei professor!
Cometi esse erro funesto,
Fiz até concurso,
Eu confesso,
O meu ingresso foi honesto,
Mas vamos mudar de assunto
Pode ter gente ouvindo
algum jornalista no corredor!
Essa é a saída
Daquele quem nem entrou em cena
Que não tem um sobrenome bonito
Faz mestrado, doutorado...
E vira sofredor!
Sobreviventes do naufrágio da vida
entramos pela porta estreita...
foi muito duro de ouvir
“infelizmente você não tem perfil...”
O que diria o Henfil
Diante de tanta dor?
Dizem que quem sabe faz
E quem não sabe ensina
Mas você quase desatina
Quando vê um colador profissional de diretor!
Um sujeito deste no cume?
Não fuja da resposta
É você o culpado
Meu querido mestre
Ainda que o senhor deteste
E não permita que eu conteste
Você arrendou a nota deste falsificador!
Seria ele mais um enganador
Se o senhor de forma inconteste
o reprovasse naquele teste
Em que todo mundo colou?
Brincadeiras a parte
A vida tem a sua arte
E cedo ou tarde
por incrível que pareça
É provável que aconteça
Cai a máscara desse pobre coitado
outro dublê de executivo engomado
Com a cultura de Jornal Nacional
um espectador bem posicionado
Com um salário avantajado
Mas lá no fundo ele o sabe,
Mais um tremendo impostor!
Deus te pague meu querido mestre
Ainda que caiba a minha prece
Para que o senhor reveja suas teses
E de mais valor
Ainda que o nome não pese
ao estudante batalhador!
terça-feira, 15 de setembro de 2009
O engenheiro no inferno
Segue uma piada que um amigo me enviou.
abs
Armandão
Engenheiro no inferno
Um engenheiro morreu e foi aos portões do céu. São Pedro analisou sua ficha e disse:
- Ah, mas você está no lugar errado. Aqui não pode ficar!
E o engenheiro, então, desceu aos portões do inferno e lá foi admitido. Mal havia chegado, o engenheiro ja estava insatisfeito com o nivel de conforto no inferno. Logo comecou a fazer projetos e várias obras e benfeitorias tomaram início. Pouco tempo depois, já havia no inferno ar-condicionado, banheiros reformados e escadas rolantes, e o engenheiro era um cara muito popular por lá.
Um dia Deus chamou o Diabo ao telefone e disse ironicamente:
- E então, como estao as coisas aí em baixo, no inferno?
O Diabo respondeu:
- Uma maravilha ! Tudo muito bem. Nós agora temos ar condicionado,
banheiros reformados e escadas rolantes, e isso sem falar o que este engenheiro está planejando para breve.
Do outro lado da linha, surpreso, Deus respondeu:
- O que?!! Vocês tem um engenheiro ai? Isso é um engano, ele nunca deveria ter descido para o inferno. Mande-o subir aqui, imediatamente.
O Diabo respondeu:
- Sem possibilidade. Eu gostei de ter um engenheiro na equipe, e continuarei mantendo-o aqui.
Deus, ja mais irritado, e em tom de ameaça:
- Mande-o voltar aqui, ou Eu tomarei as medidas legais.
O Diabo soltou uma gargalhada, e respondeu:
- Tudo bem. E onde você irá conseguir um advogado?
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Copacabana, princezinha do mar...
O glorioso em decadência é difícil de aguentar...
Segue uma crônica de um dos lugares de mais glamour do Rio antigo: Copacabana!
abs
Armandão
Solidão
Duvivier, recanto charmoso dos anos 50 em Copacabana...hoje já quase sem glamour devido à população que o circunda. Este cantinho de Copa, assim como toda quase toda a orla da praia mais famosa do mundo, abriga uma multidão de cidadãos aposentados, sem mais compromisso que jogar conversa fora e as andanças pelo calçadão da Atlântica.
Nesse contexto, enquadra-se perfeitamente o Bar do Adriano, ex-comissário da Varig que tendo apanhado uma grana no plano de demissão voluntária dessa companhia quase estatal – criada à sombra dos favores do Governo Federal -, abriu seu comércio com a ilusão de enriquecer facilmente como empresário do varejo...só os portugueses sabem da dura lide de microempresário, encostando a barriga no balcão para granjear seus lucros, sem direito a fim de semana - que dirá férias!
Típico cidadão carioca, dotado de boa prosa e sempre de bem com a vida, o pequeno empresário possuia alguns dons – principalmente o da simpatia – que lhe seriam fundamentais para sobreviver nesse ramo tão competitivo. Porquê tanta gente quebra no setor de alimentação, quando há sempre demanda por comida? É difícil entender...mas como em tudo na vida o sucesso está nos detalhes, que muitas vezes passam desapercebidos para os olhos de muitos, encardidos pela rotina do dia-a-dia.
Nosso encontro foi casual, uma vez que não tenho qualquer interface com o setor de alimentos. Na condição de inspetor de seguros, compareci ao seu estabelecimento para fazer uma vistoria prévia à contratação da apólice de incêndio, solicitada pelo banco do qual o mesmo é correntista. Cheguei, sentei e fui esperando a chegada do proprietário como de costume. Já estava preparado para o chá de cadeira e o mau humor do dono – na maioria das vezes, as pessoas detestam qualquer coisa que lhes faça sair da segurança de sua rotina...quanto mais pensar! Não deu cinco minutos e chegou o personagem:
--- Fala meu irmãozinho! Desculpe a espera. Acabei de chegar. Aceita uma água ou café?
--- Que é isso. Não tem problema, não. Se tiver uma mineral sem gás, agradeço.
--- Ô Maria, uma mineral pro ilustre!
--- Você tem o restaurante há muito tempo? – fui perguntando descontraidamente uma das questões daquele porre de questionário.
--- Faz uns nove anos, sabe. O que eu fiz eu não aconselho pra ninguém...Tinha um empregão como comissário da Varig, mas peguei o plano de demissão voluntária, o afamado PDV, e pus tudo aqui no restaurante. Foi uma loucura...mas estou sobrevivendo.
Graças a Deus a conversa começou a caminhar fora dos trilhos do formulário e ameaçava adentrar pelo extenso campo da filosofia do cotidiano...muito mais interessante que essa maçada de seguros!
--- Sabe duma coisa, meu amigo? Pra sobreviver no comércio tem que ter arte e sorte, assim como na vida! Eu cheguei pensando que era só oferecer comida percebi quão longe estava da realidade...
--- É mesmo? – perguntei convidando-o a estender sua palestra.
--- Não é mole, não! Aqui em Copa vive uma porção de aposentados, gente solitária...Muito mais que a comida em si, o serviço inclui a atenção e prosear com a gente...há muita solidão...
Suas palavras foram corroboradas pelas várias interrupções de anciãos que vinham espontaneamente puxar papo com o Adriano.
--- É duro chegar assim no fim da vida...solidão chega a matar!
--- Mas porquê você pensa desse jeito? Afinal a grande maioria da gente aqui tem condição financeira...
--- Mas não tem amigos pra conversar! E a família se esqueceu deles há bastante tempo...
Era uma realidade para a qual nunca tinha atentado. É verdade. Existe um exército de pessoas na Zona Sul, principalmente, com dinheiro, mas que padece de uma estranha solidão. Que maneira de se acabar os dias. Parece vingança da própria vida, que acerta as contas contra certos mitos modernos: curta a juventude no limite; tenha poucos filhos para poder dar um bom padrão de vida a eles...no máximo o casalzinho; cuide de seu corpo como se fosse imortal...Porém, a natureza é sabia, sempre voltando a recolocar o rio fora de madre em seu curso original. Quando nos deixamos iludir por essas máximas, a terceira idade é um desespero...A constatação de que a vida se nos vai e com ela a beleza e o vigor da juventude – quando não há um pano de fundo com algo de maior valor, quando não há o que os clássicos chamam de sentido para a vida – os dias transcorrem sem medo, contudo desprovidos de esperança! Sine spe nec metu – como diz o adágio latino! O preço de tranqüilizar a consciência com os sucedâneos do dolce fa niente – a alegria do animal bem alimentado em todas suas dimensões de besta – pode conduzir a uma tristeza profunda, ainda que arroupada pela cultura do bom burguês...
Não tinha jeito e, forçosamente, voltei a me ater às perguntas para terminar meu trabalho. Foi, talvez, a meia-hora mais valiosa daquele dia. Saí de lá com uma convicção profunda: O Vinícius de Moraes estava mais que certo quando dizia que “quem já passou por essa vida e não sofreu, sabe mais, mas sabe menos do que eu” . Afinal, completando a canção do poeta, “a vida só se dá pra quem se deu”!
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
Difícil relação pais x filhos + psicólogos
Segue uma produção das antigas!
Abs
Armandão
Metamorfose
Saens Pena. O nome do poeta argentino é emprestado à praça mais charmosa e movimentada da Tijuca, que em troca o brindou com a taça da imortalidade. Penso que nem sequer o literato platino poderia antever tanto prestígio exatamente na nação vizinha, fazendo parte do coração dos cariocas.
A poluição das grandes cidades assemelha-se à alma humana, cuja tonalidade cinza não permite ver o interior. Na Saens Pena é um pouco diferente, pois ainda que encoberta pela vista das favelas, a Floresta da Tijuca insiste em emoldurar a vista da região, atenuando o espírito qual encontro de enamorados, desanuviando as agruras da realidade cotidiana cheia de claros e sombras. Os momentos de luz ajudam-nos a poder caminhar por entre a escuridão do dia-a-dia sempre a pedir um fio de esperança para continuar a viver. Vive-se de algo e para algo...empurrar com a barriga é medicina sem princípio ativo; é o comprimido de farinha que não cura e nem mata...é o viver por nada e para nada levando a um tédio de lascar!
Assim, alegremente, vegetava pela praça um subproduto da sociedade moderna, mais morto que vivo, apesar da juventude musculosa dos seus dezoito anos. O Fred, terceira geração de família portuguesa, sempre de bem com a vida, tendo fama de boa praça, sujeito pacífico e desocupado, deslizava pela existência com a suavidade da água sem deixar marca - nem para o bem nem para o mal, nem à direita nem à esquerda – tendo como objetivo último à camaradagem sem compromisso, vestindo a própria definição do gente boa. Não fazia mal a ninguém, mas sua boa vontade jamais ultrapassava a alegre prosa de roda de bar, onde a vida se resolve e os problemas se equacionam com simplicidade. Nestes círculos da mais pura filosofia da rua, sempre acompanhados pela cervejinha e da batucada, agrupam-se, sem distinção de qualquer gênero, os mais variados tipos da fauna humana, que conseguem superar o anonimato e obtêm quinze minutos de glórias desfiando proezas imaginárias e estórias de amoricos inverossímeis – quem conhece esses heróis na vida real não poderia imaginar da audácia desses contadores de vantagem, que só o podem fazer quando cruzam o limite da sobriedade. Sem platéia como somos diferentes! O espelho da própria alma não nos deixa mentir para nós mesmos sem um travo de fel...
Frederico Martins Ruas cursava o terceiro ano do segundo grau no São José, escola decadente, que outrora albergara nomes ilustres da sociedade local e até um ex-aluno chegara à presidência da República em passagem meteórica. Sua agenda se dividia entre as aulas, as freqüentes idas a Barra da Tijuca para a prática do surf, o tempo investido diariamente na academia – parte na sala de musculação e parte nas aulas de Jiu-Jitsu – e as incursões ao Barra Shopping. Sua boa inteligência, aliada a falta de exigência das escolas atuais, fazia com que o tempo dedicado ao estudo se resumisse ao comparecimento às aulas, poucas vezes complementado por trabalhos extraclasse. Assim, o Fred dispunha de grande parcela do tempo para ser investida nas areias, nos tatames e nas andanças pelo shopping. Resultado: sua cabeça era um fervilhar de idéias desconexas, sem uma direção consistente, adocicadas pelo jeitão bonachão e levadas daqui para lá pelo sabor agridoce dos sentimentos.
O terceiro ano do segundo grau representa sempre um pausa nas atividades normais, dada a proximidade do vestibular. Como a maioria de seus amigos, o Fred estava imbuído na difícil empreitada e tinha mirado alto: entrar na medicina do Fundão. Ficaram, desta sorte, reduzidos seus compromissos sociais e desportivos. Até sua namorada, a Priscila – estudante do primeiro colegial do Colégio Impacto, sentiu os efeitos da determinação do rapaz. Seu quarto estava repleto de fórmulas das matérias de exatas pelas paredes. Aos sábados à tarde o Machado de Assis passara a ser seu novo companheiro, pois era certo que a prova de literatura fatalmente incluiria um de seus personagens. Era uma mudança radical.
Lá por setembro, quando rompeu seu enlace de ocasião, foi a gota da d’água para as preocupações de Dona Assunção – porquê todo infrafilho tem uma supermãe? – raiassem a neurose. Descontente com a obstinação do filho, segundo seu juízo, resolveu intervir impondo ao rapaz um maior relaxamento e a introdução de uma nova amiga: Dra. Raquel – antiga amiga da mãe e psicóloga de prestígio no bairro.
--- Como pode um rapaz de dezoito anos, na flor da mocidade, estudar duas horas por dia? – indagava-se a progenitora.
--- Manhê, deixa disso, certo? Nunca vi mãe nenhuma reclamar porque o filho quer entrar em faculdade pública? Ou a senhora acha que o velho tá a fim de por a mão no bolso se pode economizar umas duas pratas?
--- Dinheiro não é tudo na vida, meu filho! Será possível que alguém deixa uma namorada como a Priscila, filha do Silva da padaria Lusitânia, por causa do vestibular?
--- Ora pois, Dona Assunção!– o recurso da troça era sempre usado para tirar a mãe dos eixos e eliminar sua intromissão indevida em vida alheia. Até a torcida do Flamengo sabe essa garota é sinistra. Só esse ano já esteve namorando uns dez caras do Impacto.
--- Você agora está ficando fundamentalista!
--- Não. De maneira alguma. Só estou aplicando o mesmo julgamento que a senhora faz das minhas primas do Leblon!
--- Não tem nada a ver comparar a Priscila com as desmioladas das filhas do Chagas!
--- Certo, certo...Bom acho que vou indo ao cursinho para aula de reforço de física.
--- Aula de reforço de física? Para vestibular de medicina?
--- Mãe, pela última vez, esta matéria tem grande peso no vestibular e não vou ficar refém dos teus caprichos! Já engoli esta tal de Dra. Raquel e basta. Não enche as medidas senão será o fim destas seções insuportáveis de análise que ligam o nada com o coisa nenhuma!
--- Você é um cabeça dura Fred...pior que o teu pai! Pode ir, mas não te permito faltar a psicóloga de jeito algum!
--- Tchau mãe..foi um prazer incrível desfrutar da tua companhia.
Sem dar tempo para contestação, bateu a porta e dirigiu-se ao elevador. Rumou para o colégio, ensimesmado por suas meditações. Seria possível que a corujice da portuguesa raiasse a loucura? Que havia de mal na pausa de certas atividades superficiais em prol de uma vaga na medicina do Fundão? Os argumentos da mãe, como costuma acontecer, eram desprovidos de qualquer racionalidade e continham traços indisfarçáveis de egoísmo e de ingenuidade maternas, procurando manter os filhos sob suas saias a qualquer preço! Mesmo a custo de um futuro profissional promissor! Santa ignorância. Normalmente, quando a família age desta forma, à primeira chance, os filhos pulam fora e não querem mais saber do excesso de proteção familiar, deixando os pais no último lugar das suas prioridades.
Lá pelas cinco e meia da tarde, a porta do apartamento abriu-se, tragando por sua abertura um extenuado vestibulando a procura de refrigério na geladeira repleta de Coca-colas. Sentou-se sem cerimônia na cama do quarto e abriu a apostila de biologia. Mal se recostou foi brutalmente interpelado:
--- Você esqueceu da consulta com Dra. Raquel às seis?
--- Aí meu Deus...tortura hoje não! Aquela coroa é uma mala! Me libera dessa, mãe? Fala sério!
--- Não tem choro nem vela. Pode ir descolando o busanfã da cama e pondo a calça! Vamos no meu carro.
--- Ta ok, mãe. Mas eu vou sozinho e de ônibus. É cinco minutos daqui pegando o 410. Não leva a mal Dona Assunção, a senhora dirige pior que o Barichelo!
--- Tá bem. Mas se você for assaltado o problema é seu!
--- Tchau mãe, te vejo no jantar! Vai com a Yolanda na liquidação do Tijuca Off Price e me deixa em paz!
Falou e foi saindo com aquela cara de mártir às portas da eternidade. Tudo bem...senão tem tu, vai tu mesmo – como diz o ditado. Era melhor enfrentar a fera por meia hora e ver-se livre da insanidade maternal. Ninguém morre por trinta minutos de papo furado – tentava consolar o rapaz ao entrar no consultório.
Depois da tradicional espera de uma hora – psicólogo pontual só se for na Alemanha -, foi anunciado pela secretária, digo melhor assistente – uma vez que as mulheres detestam essa alcunha que lhes desprovê de importância, segundo seu julgamento -, à doutora.
--- Oi Fred! Que camisa elegante! Tudo bem com você, meu queridinho?
--- Tudo...O Fred odiava essas melosidades, ainda mais advindas de anciã metida à coroa interessante.
--- Contes-me tudo e não me escondas nada, meu benzinho! Você reviu as suas posições a respeito da sua vida pessoal? Pretendes ficar pra titia?
--- Dona Raquel, quer dizer Dra. Raquel, vamos conversar sem diminutivos e ir direto ao ponto!
--- O meu neném está ficando maduro e cruzando a puberdade! Soube que as meninas estão de olho em você. É verdade?
--- Como a senhora bem reparou, já estou um homenzinho pra agüentar conversa de quarentona! Vamos aos fatos!
--- Não fique nervoso, meu amorzinho! Não se reprima. Como Freud ensinava é preciso dar vazão às energias interiores e liberar os instintos!
--- Dra. Raquel, se fosse liberar os instintos a senhora estaria no hospital a essa hora e eu na jaula! Por favor, vamos tornar esta entrevista tão agradável quanto possível!
--- Perdão meu gatinho? Como vai a Pri?
--- Chega Doutora! Por que a senhora não abre um Chat de encontros de namorados na Internet e fecha sua clínica? Daria mais dinheiro e não encheria o...
--- Rapazinho, é melhor você voltar ao Jiu-Jitsu na academia do Marcelo Teixeira! Lá você vai encontrar um belo lugar para aprender o autocontrole e dar vazão a sua grosseria.
--- Proposta aceita! Passar bem!
Apesar de certo aturdimento, quando cruzou a calçada da Satamini, o rapaz parecia ter se livrado de uma prisão mental e sua cabeça parara de latejar. Estava decidido. Esta foi sua última ida ao consultório da psicóloga e a partir daquela noite, juntou seus trapos, indo morar com a Avó paterna nas proximidades da Uruguai. Apesar da idade, a mãe do seu Arthur nem sequer sabia o que era psicologia, nem ouvira jamais falar em Freud, mas dispunha de um bom senso a toda prova. Lá teria um abrigo para poder estudar e superar os cuidados castrantes da mãe! Como diz o Erasmo, o velho tremendão: mãe você já fez a sua parte me pondo no mundo, que agora é meu dono mãe, e nos seus planos não estão você!
É Dona Assunção, quem tudo quer nada tem!
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
Mundo Competitivo
Fim de semana um pouco triste com o Coringão tomando um toco do Flamengo...mas que há de fazer...Fogão descendo a ladeira...
Segue uma brincadeira sobre a competitividade pouco sadia dos ambientes de trabalho!!
abs
Armandão
Os Dez Mandamentos do Executivo Corporativo Neo-Liberal
1. Amarás a ti Mesmo sobre todas as coisas
2. Blindarás o teu nome de qualquer comentário vão
3. Trabalhar em Domingos e Festas
4. Desprezarás o convívio com a tua família
5. Não matarás o teu subordinado. Apenas dê-lhe mais responsabilidades com o mesmo salário
6. Nem terás men noção do que é castidade
7. Não pouparás o dinheiro alheio, principalmente o público
8. Usarás o falso testemunho para derrubar possíveis concorrentes
9. O que do próximo?
10. Não deixarás de ter nada que outro executivo tenha
domingo, 2 de agosto de 2009
Nova velha postagem
Segue a melhor crônica que acho que fiz!
Salve Cesar Cielo!!!!
abs
Armandão
Data venia
Não tinha conversa. Aquela aula de Direito Processual do Roldinei era pior que ressaca de whisky nacional. Entrava ano, saia ano, e ninguém conseguia transferir a espaço reservado para sexta à noite da mal afamada classe. E pior é que o Direito Processual percorria os quatro últimos anos, sem mudança de professor durante todo o curso. O Roldinei, ou melhor Dr. Roldinei de Bulhões – excelentíssimo Procurador Geral do Estado – alugara aquela vaguinha no horário e, jamais se ouvia dizer desde a fundação da UFF, que o supracitado dispensasse a chamada. Assim, só as gestantes – depois do sétimo mês, é claro – gozavam do abono de falta. Não era o nosso caso...marmanjos consagrados ao culto do deus Baco, aquele espaço seria perfeito para nossas oblações à divindade grega, cujo templo situava-se defronte a faculdade, mais precisamente no bar Dura Lex, sed lex. Como dizia o cartaz dependurado nas paredes descascadas do egrégio estabelecimento: A lei é dura, mas cede! Lá se encontrava o lugar perfeito para destilar a lei de seu caráter coercitivo, dando asas à flexibilidade de espírito.
No entanto, a rigidez do Roldinei era o principal obstáculo para que cumpríssemos nosso preceito semanal da cervejinha na sexta. Abaixo assinado, recurso junto à reitoria, tudo já havia sido tentado. No quarto ano – ou seja, quando cursávamos o Direito Processual III -, o Ramos, caixa do Banerj e companheiro de sala, tentou simular um ataque epilético no intuito de interromper a palestra do Dinei– como carinhosamente o chamávamos. Porém não obteve sucesso. A velha raposa, conhecedor de todas artimanhas provindas dos bancos escolares, sacara na hora a falsidade do ladino. Imperturbável, chamou o enfermeiro de plantão o Isac – um negão pra mais de metro, que no Carnaval ganhava um troco de segurança no Sambódromo . O Isac, que há anos prestava esse tipo de serviço ao corpo discente, aplicou uma tremenda benzetacil no Ramos – que não pôde nem sentar no banco do ônibus, durante todo o trajeto até Caxias, sua pátria natal.
No quinto ano a massa já estava à beira de uma revolta popular pela liberação da sexta, ainda que todo o processo corria no submundo do grêmio, longe das vistas de qualquer autoridade. O líder da revolta era o Carlinhos Scala, cuja alcunha já revelava um gosto confesso pela vida noturna. Popular entre as meninas por ser articulado e bronzeado de praia, o Carlinhos não era muito íntimo dos códigos e manuais. Seu desempenho sofrível era compensado pela especialização em leitura à distância de prova alheia. Enfim, era o perfeito líder para uma comunidade acadêmica à beira da ebulição.
Na semana do Sete de Setembro, famosa semana da paciência esgotada - ou semana do saco, como era mais conhecida -, em que os alunos extenuados pela exigência do curso de Direito instituíram por decreto como espaço vacante, íamos eu e Doca – ambos papa-goiabas – no fusqueta 69 da mãe dele, pela ponte rumo a casa do Scala, no Alto Leblon – onde a turma se confraternizaria em churrascada apoplética.
De repente, na altura do vão central – ponto mais alto da via – fomos emparelhados um BMW preto a mais de 120 kilometros por hora. Apesar da rapidez da ultrapassagem, distinguimos um coroa de óculos escuros, com a cara do Dinei, trajando uma camisa regata, como quem vai a direção de Ipanema. Nem hesitei e ordenei ao Doca:
--- Acelera essa lata velha Doca, que eu acho que é o Dinei! Ele tá indo pra praia. Vamos segui-lo!
--- Tá maluco, meu irmão! Nem que eu quisesse! Essa tralha aqui geme quando chega a 80!
Ia ser um tremendo furo! A glória da nossa dupla perante a turma. Mas com o fusca...projeto abortado. Justo hoje que a gente tinha trazido máquina para fotografar a festa, teríamos a chance de pegar o mestre com a boca na botija...Lamentavelmente, o BMW nos fez comer poeira e demos a idéia como falida. Contudo como todo mendigo tem um dia de rei na vida, o trânsito complicou-se mais adiante, perto da guarita da polícia, já quase na entrada da Francisco Bicalho. A polícia estava dando um blitz inesperada, pois o Jornal Nacional, durante toda aquela semana, noticiara que diversos cidadãos estavam dirigindo com suas documentos vencidos.
Fomos ordenados a parar pelo policial para checagem dos documentos do veículo e do motorista. Quando estacionamos, vimos um senhor discutindo acaloradamente com o guarda a dois carros do nosso..era o Dinei!!! Foi como se a glória do Céu se abrisse para nós dois e entrássemos pelo paraíso carregados por anjos! Nunca a sorte me sorrira com seus dentes tão brilhantes! O estupefato motorista da BMW não possuia aquele linguajar rebuscado e formal das aulas de Processo! Que data venia, Vossa Senhoria, que nada! Era daquilo pra baixo!!! Sorrateiramente – o Doca portanto a máquina, evidentemente - , aproximamo-nos para ouvir melhor a discussão e captar o melhor ângulo para foto. A situação estava ficando feia:
--- Olha aqui seu imbecil, sou Procurador Geral do Estado! Se tu implicares com os meus documentos vou te banir da Polícia!
--- Meu senhor, estou cumprindo minhas funções! De mais a mais, nem que fosse a Xuxa eu ia te dar mole! Quanto mais um coroa, metido à autoridade, vai me dar medo!
O ilustre Procurador ia colocar a mão no bolso para dar a tradicional carteirada no coitado do policial rodoviário, quando se ouviu o barulho do flash da câmera do Doca, acompanhado pelo clarão de luz! O mestre olhou para trás meio surpreso e ficou desnorteado quando nos reconheceu. A partir daí, esqueceu momentaneamente o guarda e dirigiu sua fúria para nós:
--- Olha aqui, seus dois bulhas, me dá essa câmera senão vocês nunca vão ver a cor do diploma!
--- Sem stress, mestre...relaxa! Vamos conversar com calma– falou o Doca, malandro acostumado as lides das duras negociações.
--- Não tem conversa com mau aluno! Passa pra cá essa câmera!
--- Vai devagar professor, o senhor pode ter um enfarte se essa foto aparece no Jornal Nacional... Já pensou a manchete na voz altisonante do Wiliam Bonner: Procurador do Estado flagrado por dois estudantes dando carteirada em policial rodoviário? Pode ser a ruína de uma carreira brilhante!
O coroa já dava mostras de seu nervosismo, sabendo que a ameaça podia significar o fim de seu sonho de Desembargador! Consciente disso, mudou subitamente o tom de suas palavras:
--- O Doca, você sempre foi um rapaz equilibrado – acentuou com mansidão em sua voz. Veja bem, qual a vantagem em prejudicar meu futuro profissional. ademais, eu posso indicar ambos para os melhores escritórios de Advocacia do país. Já pensaram numa carreira brilhante num escritório do porte do Pinheiro Neto, por exemplo... isto significa grana preta! Pensem bem!
Com o professor em nossas mãos, selei nossa proposta de acordo:
--- Caro mestre, agradeço a indicação desinteressada de sua parte, mas queria propor-lhe uma contra-oferta:
--- Diga lá, meu jovem! - soou a voz cálida do mestre.
--- Transfira sua aula de sexta para quinta, trocando com o professor de Civil e lhe entregaremos a foto, assim que vier o ofício da secretaria da escola confirmando a modificação do horário.
--- Isso não, seus abusados! Este horário é meu há mais de 18 anos!
--- Cuidado com o Bonner, mestre!
Como se pode imaginar, após alguns minutos de diálogo, o professor encurralado cedeu às nossas pressões. Porém, o mesmo só ficou tranqüilo quando lhe entregamos a foto e o negativo, após a oficialização do novo horário da disciplina como quinta-feira. Por vezes, o destino colhe nas mãos os fracos, e qual David, assestamos a cabeça do gigante com a pedra da sorte. Quem imaginaria que aquele velho emproado e cheio de si, caísse nas garras de desconhecidos alunos, cujos sobrenomes não emolduravam nenhuma das plaquetas dos escritórios mais afamados da cidade! Data venia amigos, algum dia na vida tem que ser o dia da caça!
sábado, 18 de julho de 2009
Poesia em defesa da vida
O Urubu está em reta de descida!!! A segunda vai ter VascoxFlamengo!!!
Que coisa o Ronalducho! Agora no estilo aviation!!!!
Segue uma poesia em defesa da Vida!
Abs
Armandão
Coragem
Obrigado mãe
Pela tua coragem
Eu pude ver a luz do dia
Obrigado mãe
Pelo teu amor
Hoje eu existo
Foi tanta gente que bradou e urrou
Todos eram contra mim
Mas você os venceu
E hoje eu posso respirar, brincar, sorrir!
Foram tantos vaticínios
Foram tantas as vozes de mau agouro
“Perderás a tua juventude”,
Diziam alguns
“Como te sustentarás a ti e ao teu filho, não sabes nada da vida,
és apenas uma menina?”
“Terá um triste fim a tua infância...”
Mas não deste ouvido
As vozes do inimigo
Que queriam acabar comigo,
Através de uma perversa injeção,
Ou sendo lancetado numa sala com ar refrigerado!
Ainda que eu não tivesse sido planejado,
Sou por ti querido,
Não sou fruto do acaso, nem um simples descuido.
Sou um fruto de Deus
Que você aceitou,
Protegeu, defendeu e acolheu
Se é verdade que eu compliquei a tua vida
Fui eu que te enchi de alegria
Fui eu que rasguei os teus horizontes,
Te fiz crescer no mundo dos adultos
Como um ser de personalidade,
Antes de qualquer coisa,
Uma filha de Deus,
E nessa hora tão difícil
Cercaste-me de carinhos
E me abraçaste como rebento teu!
quarta-feira, 8 de julho de 2009
O valor do tempo
Segue uma poesia para levantar o astral!
Abs
Armandão
Sobrevivento
Peguei o metrô no Flamengo
Pensando em descer no Centro...
Vai longe o meu pensamento
Vagueio por momentos alegres
Perco o tempo em lamentos:
E se eu tivesse feito? Tivesse falado? Tivesse calado?
Ao meu lado senta-se um senhor de idade
Os anos por si só não sabedoria
Comentei comigo mesmo
Julgando o dono daquele corpo surrado
Sem lhe conhecer a alma
Essência do homem
Que não grita, mas sempre fala
Normalmente sussurra....
Mas a juventude é pretensiosa
E ciosa da sua energia
Não pode parar
Precisar ferver, imaginar
Gastar as forças é a sua magia!
Estação Glória.
Desce o velho.
Senta ao meu lado um novo personagem,
É um celular sem fim de estórias,
Uma moça bonita...
Espaço aberto para uma bela vida...
Mas será que se concretizará?
Só o tempo, esse ativo tão precioso, é que dirá!
A garota tem tantos argumentos
Que é impossível acompanhar sua velocidade
Muda de cá para lá
São idéias cheias de vida, mas desconexas...
Por que será que as mulheres são tão complexas?
Mas não é que a alegoria do tempo
arrebatou o meu imaginário?
Quando dei por mim,
Tive que descer na Estácio
Foi um verdadeiro retrabalho!
Voltar na outra direção
Pode ser uma boa solução!
Agora ainda existe e vida é tempo real
Para lutas que valem a pena o intento!
Não deixe a sua passar como passa o vento!
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Para entender as fraquezas alheias
Empate suado no Mineirão! Coringão tricampeão! Nada mal!
Segue uma poesia sobre a compreensão!
Abs
Armandão
Minha vez
Amigo, não sei se o que digo
Pode ser entendido
Mas esta é minha vez
Quanto mais a gente cresce
A burrice nos envelhece
E nos enchemos de insensatez
O pior do já dito
É ter acontecido
Não existe o talvez!
Como desdizer o desdito?
O coração chega a suar frio por dentro
A gente fica aflito
Mas, infelizmente, já fez...
Só Deus pode perdoar o imperdoável,
Domar o indomável,
Curar a cupidez!
Agora sei que a minha franqueza
Muitas vezes não é virtude
Pois ao não ter em conta a gentileza
Apesar de andar com destreza
Só deixa poeira
Não preenche ninguém!
Não tenho atenuantes,
Que bom seria o como antes,
Antes não tivesse existido
Para não ter feito o que fiz
Para não ter falado o que falei,
Para não ter calado quando me calei,
Para não ter julgado a quem julguei...
A vida seria tão fácil sem o orgulho
Este velho ferrolho
que cega a mente
Quando entra em cena a altivez
Amigo, se assim me permites,
Sempre na vida chega esse dia
Quando não há mais remédio
Não há outra saída
eu peço pinico
Chegou minha vez
sábado, 27 de junho de 2009
Brasília a meca da corrupção
Para nós botafoguenses o dia é de tristeza! mas vamos lá!Ainda dá para escapar!
Segue uma poesia sobre a barbárie de Brasília!
Abs
Armandão
Brasília
Tem muito cachorro sarnento
Que vale mais que muito lazarento em Brasília
Se você se sente um descrente
um autêntico marciano por não ser conivente
Não se deprecie
mesmo que algum dia você tenha sido bandido
Você pode ser até absolvido
O seu assunto pode ser resolvido
Se remetido for para o lugar ERRADO
A comissão de ética do SENADO
Ou para uma gaveta qualquer do congresso
Quando algo não pode ser revelado
Nada melhor que criar uma CPI
E aí?
Não sei de nada, não vi!!!
Calma amigo é questão de tempo
Estamos abaixo da linha de pobreza moral,
Vamos chegar aos níveis de corrupção do Haiti!
Mas e daí?
O diabo ficou tão estarrecido com o que acontece por aqui
Que foi de férias pro Havaí!
Deus me tira daqui!
Sodoma e Gomorra não são páreo pra Brasília!
Eu sou o demo mas tenho certos princípios...
Esses FEDERAIS são profissionais!!!!
sexta-feira, 12 de junho de 2009
O poder do silêncio
Segue uma pequena poesia para dar uma meditada...
abs
Armandão
Palavra
Que toca
Que Soa
Desperta
entoa
As vezes até enjoa
Mas é daquela pessoa...
Paciência
É a ciência de quem sabe esperar
Dizer pode até ecoar
Mas não ressoa
Lá dentro onde a mensagem deve chegar
Calma amigo:
Para nascer são nove meses
E viver exige muito mais da gente
Que simplesmente estourar
Ficar calado
Quando te apertam o calo
Pode ser parte do legado
De um homem que não morre de vez
Mas sobrevive a altivez
As mudanças dos tempos
As agruras dos temperamentos
E sempre encontra o seu lugar
e conquista o seu espaço
ainda que o passo a passo do tempo
inclua um pouco de embriaguez
Se você ainda não disse
Considere antes de falar
Pode ser que o seu silêncio
Transmita a sua metáfora
E faça o outro recuar
E repensar:
será que é assim?
domingo, 31 de maio de 2009
Domingão na sogra
Crossing our fingers, praying for Botafogo does not shutdown again!!!
FRASE DA SEMANA DE PROVA NA UFRJ: "UMDIA É O DO CAÇA, O OUTRO DO PROFESSOR!!" (Ah muleque te cuida!!!)
Segue uma crônica para descontrair!
Abs
Armandão
Macarronada
--- Por favor, passe-me o macarrão.
--- Espere um pouco, não sejas tão ansioso!
--- Olha aqui mulher, hoje o chefe já pulou na minha jugular e não estou para brincadeira!
--- Desculpe Alfredo. Eu sei que você está cansado, meu bem. Mas deixe os seus filhos se servirem primeiro, senão você abocanha metade da travessa!
--- Olha só, querida: vou deixar a tua prole se servir primeiro. Mas nada de trazer a tua mãe amanhã para passar a Ceia de Natal conosco!
--- Mas que é que tem? Ela até faz um frango a passarinho que você é fã.
--- Isto lá eu admito. A velha faz um prato decente. Mas Jacira, tua mãe sempre joga a bituca do cigarro na privada e empesteia o banheiro.
--- Foi só uma vez, no aniversário do Alfredinho no ano passado. Falei com ela, a teu pedido, e ela nunca mais fez isso.
--- Sua mãe é boa pessoa. Eu não nego. Mas está sempre falando da novela das nove...
--- Deixa de ser hipócrita Luis Alfredo Menezes, você finge que não está vendo, mas não descola da poltrona das nove as dez.
--- Você sabe que isso é uma inverdade Jacira. Eu estou sempre lendo o jornal.
--- O jornal, hem? Você fica de rabo de olho não atrizes, seu sem vergonha!
--- Nada de barraco, Jacira Cristina! Eu já tive que aturar o Dorival, lá no trabalho, com suas manias e chavões de livro de auto-ajuda! Eu hasteio a bandeira da paz!
--- Você é um implicante, Luis Alfredo! Quando nós viajamos para Buenos Aires tua sogra serviu para cuidar dos teus filhos?!?
--- Eu estou de bandeira branca levantada! Não vamos discutir, aqui, justo na véspera de Natal! Lembra do que o terapeuta de casais nos falou na última seção? Desdramatiza mulher...
--- Mãe passa o macarrão senão esfria e comida fria é pecado. Briga com o papai depois. Está passando a reprise da final do campeonato espanhol!
--- Alfredinho, você é que nem o seu pai! Quando passa o futebol vocês parecem cachorro em beira de padaria vendo o frango girar no espeto!
--- Nada de choramingas, mãe!
Pai e filho estavam extasiados vendo os gols do Ronaldinho Gaúcho. Dona Jacira era agora só mais um móvel qualquer na decoração da sala de jantar. A mulher sentindo-se uma estátua de sal - que nem a mulher de Lot – e, totalmente alijada na conversa, foi buscar o exílio da cozinha, lá fincando e deixando o seu prato intacto em cima da mesa...
--- Mãe, volta que acabou o jogo. Vai começar o especial de fim de ano do Roberto Carlos!
--- Vem, meu amor! Não vai ficar magoada, justo hoje, véspera de Natal, por uma bobagem destas, vai?
Nada de resposta. A esposa estava colocando chantili nos morangos da sobremesa e chorava fininho. Choro mudo de mãe, quando se sente desvalorizada...
Seu Alfredo sentiu que pisara na bola e caminhou de mansinho para a cozinha, tentando desfazer o episódio! Como olhar o Menino no presépio depois desta furada?
Bateu três toque suaves - como quem diz: posso entrar? – Silêncio como resposta. Mais três toques...
--- Alfredo me deixa aqui sozinha! Não quero falar agora! Você vai conseguir estragar o nosso Natal. Você sempre desmerece a minha mãe!
--- Não é nada disso, meu amor! Eu fui realmente grosso! Eu não te mereço, meu bem! Não devia ter lembrado do cigarro no banheiro. No presépio, desta vez, eu sou a mula sem jeito...
--- Alfredo você é um cretino! Faz besteira e depois vem com essa cara de cachorro sem dono! Estou cansada das tuas grosserias!
--- Eu te peço perdão, docinho! Não quis desvalorizar a tua mãe... Ela é uma cozinheira de mão cheia! A presença dela é imprescindível nesta festa de amanhã!
--- Você tem o cérebro no ventre? Só pensa em comida, seu glutão! Volta lá para a sala de jantar e sacie a tua fome! Você é um elefante numa loja de cristais!
O marido recolheu velas e foi mudo para mesa para arrematar o resto do macarrão! O filho, casca grossa, nem se deu por conta e já tinha ido embora depois do programa esportivo.
Que fazer agora? – pensava recolhido consigo mesmo o marido. A esposa já deixara a cozinha...
Começou, então, como gesto de reparação, a recolher os pratos e os talheres e os levou para cozinha. Lavou toda a louça sozinho, em sinal de desagravo.
Neste ínterim, o garoto tinha visto o trabalho do pai e relatara tudo à mãe... Em vinte anos de casamento jamais o nosso herói tinha tido semelhante iniciativa!
Tarefa cumprida, o pai caminhou em direção ao carro para dar uma saída e aliviar a cabeça. Tinha posto o pé na jaca. Agora era esperar e deixar o tempo passar antes de tentar nova investida. Quando o motor do carro começou a roncar, ouviu os gritos de seu filho que vinha em carreira desabalada:
--- Pai espera! Espera! A mãe pediu para te entregar isto!
Era uma caixa de madeira dourada contendo um legítimo charuto havana, um Coíba de pura cepa. Era a senha para o armistício. Beijou o filho e perguntou-lhe de chofre:
--- Filho o que você quer ser quando estiver na universidade?
--- Eu quero ser engenheiro e psicólogo!
--- Mas por quê?
--- Engenheiro porque eu gosto de física e matemática e psicólogo para tentar entender a cabeça das mulheres!
sábado, 23 de maio de 2009
Bradescravidão
Parece que o Gigante da colina da ressuscitando!!! Parabéns para a torcida lusitana!
Segue uma cronicazinhz para lembrar meus tempos de Bradesco Seguros...Bons tempos apesar da dureza!
Abs
Armandão
Tem condição....
Fila das Barcas Rio-Niterói, lá pelas seis da tarde, preparando-me para desembarcar de mais um dia e iniciando a operação de tirar a fantasia de trabalho. Vínhamos eu e um amigo de labuta, conversando animadamente sobre as qualidades da chefia e sobre as perspectivas de um futuro aumento , devidamente apalavrado... pela quinta vez nesse ano.
Invariavelmente, a palestra sempre descambava para um tom de filosofia nihilista:
--- Pois é rapaz, o Marcelo mente tanto e com tanta convicção, que um dia ele acaba acreditando que é verdade esta estória da tal “meritocracia”...”Comigo não tem essa de promover porque é amigo do diretor ou porque é moça bonita”... Veja você, que desfaçatez!!!
--- “Me engana que eu gosto”!!! Acedeu o Rodrigo, meu colega de infortúnios, redargüindo com ironia tipicamente carioca.
De repente, fomos interpelados pelo mundo real:
--- “Aê, Doutor, tens dois “real” aí, “prá” esse teu camarada defende o leite ninho das crianças ?
--- “Ô rapaz, infelizmente,”tô” sem nenhum “prá” ti ajuda... respondeu o Rodrigo fazendo menção de sair fora e encerrar por ali mesmo o assunto. Mas o escuro não se deu por rogado e emendou de bate-pronto:
--- “Qualé” bacana, tem condição... tá “di” gravata !!!
--- “Ô rapa”, toma teu rumo!!! “Num” tá vendo que nós trabalhamos no Bradesco!!!
E toca a fila a andar e nos livramos da realidade premente de que tem sempre gente em piores condições. Deixa estar, éramos conscientes da nossa situação privilegiada vis a vis tanta miséria e tanto desemprego. No entanto, duas cervejas cada um e a proximidade de renovar a rotina no dia seguinte foram suficientes para languidecer qualquer projeto de reforma social.
terça-feira, 12 de maio de 2009
O poder das palavras
Vou entrar numa nova empreitada: montar uma escolinha de futebol e matricular O Josiel e o Emerson do Flamengo pra melhorar nas finalizações! Tá difícil!!! Será que o Imperador volta em forma? Possivelmente vai invetir na "carreira" em Vila Cruzeiro..
Segue uma poesia um pouco mais cult para variar...
abs
Armandão
Tempo
Tempo é sempre relativo:
para o que gostamos,
vale o superlativo;
para o que se detesta,
aplica-se o diminutivo
O tempo na verdade
é o mais precioso ativo.
Dele se dispõe como se quer.
Mas ele se esvai...
E não se pode dele usufruir
quanto dele se quiser!
Ele vem e vai,
rapidinho assim nas ocasiões de festa;
vagaroso demais nos momentos de espera.
Ele as vezes afrouxa, as vezes aperta!
A eternidade é o presente.
O passado é um pertinaz ausente.
E o futuro um caminho de fuga,
para quem se recusa
a aceitar a vida como ela é.
E trabalhar agora,
enquanto ainda é hora
de conquistar um porvir,
que possa ser melhor,
que tenha uma dimensão maior.
Alcançando, aí sim,
Um eterno valor!
quinta-feira, 7 de maio de 2009
pedido de reunião
Noves fora nada, Fogão vice sem perdão...doi no coração, mas bola pra frente!Tá aí o brasileiro pra a gentar arrebentar!!! Ou ser arrebentado! Alguém podia matricular o Juninho, O Vitor Simões e o Guerreiro em alguma escolinha de futebol infantil pra aprenderem a bater penalty?
Não há de ser nada...
Segue uma brincadeira pra relaxar!
Abs
Armandão
PEDIDO DE REUNIÃO
Fala meu nobre,
Eu sei que você não gosta de pobre,
Mas, por favor, não me esnobe,
Porque eu conheço teu passado,
seu safado!
Lá nas praias de Niterói
o senhor é procurado
por ter pendurado
aquele mate gelado
Que fez que não tomou, mas bebeu sim!
No entanto, o português, o seu Fernando,
que é pior que o coisa ruim,
que cheira malandro de longe,
não vai deixar isso assim!
Serás retirado do convívio social,
desprezado ao vivo e a cores
em cadeia nacional!
Deu para entender?
E aí, meu irmão,
vai me atender ou não?
sexta-feira, 1 de maio de 2009
A coisa tá preta
Em tempos de crise, segue uma crônica sobre passivos!As vezes é preciso tomar medidas raddicais para conter o orçamento!!!
Bacana
Fala bacana
Eu sei que tu tás a fim da minha grana
Mas vamos devagar
O gerente do banco
O seu Osmar
Veio logo de manhã ao telefone me falar
A sua promissória eu não vou saldar
Mas como assim meu prezado?
Eu nunca vendi fiado
Sou amigo até de deputado
o meu crédito na praça vai secar!
Se isso você fizer
Coração provas não ter
O meu dinheiro não vou reaver
E o meu filho vai parar de estudar
Só me falta agora
Depois de tanta esbórnia
Ligar a minha sogra
A dona Lindomar
E me cobrar
A parte que me cabe
do jantar de fim de ano..
É meu irmão
Vou ter que vender até o piano
Para meu nome ressuscitar!
Mas não há de ser nada
Pobreza pouca é bobagem
E quando vem a estiagem
O jeito é se segurar
E mudar da Ipanema para Irajá
Ah meu pai Alá,
Será que eu vou agüentar?
sexta-feira, 24 de abril de 2009
tempo de Páscoa
Segue uma cronicazinha sobre o tempo da Páscoa para dar uma aliviada!
ESQUIMÓ
A parafina está para o chocolate assim como a paciência está para o amor. Esta breve introdução serve bem para explicar o amor decadente entre Márcio –um jornalista desempregado há 5 anos – e Sueli – sua esposa, enfermeira de profissão e dona de casa por opção. O casal vivia da parca pensão de ex-militar que o pai da moça deixara. Há tempos o calor inicial da paixão se tinha esvaído e a convivência, qual sol de fim de tarde, abeirava-se lentamente no parapeito do ocaso.
Assíduo leitor dos classificados, Marcos já estava apelando para qualquer santo, na linha do “quem não tem tu vai tu mesmo”, estava valendo até vendedor de curso de inglês “Follow me”. O diabo é que, numa área tão restrita como o jornalismo, não pintava nada fixo nem, menos ainda, remunerado de forma razoável. Marcos só defendia algum trocado desenhando faces humanas na saída do metro da Carioca. Era incrível, mas coincidentemente são as pessoas mais feias que querem retratos de seus artistas prediletos. Munido de algumas fotos arquimanjadas de celebridades nacionais, cada dia, nosso artista fazia uma média de 2 gravuras, rendendo-lhe mirrados dez reais. Descontada a condução, ainda sobravam 5 pratas para um lauto almoço no famoso ESQUIMÓ, sito a Travessa do Ouvidor, próximo à estátua do Pixinguinha – com direito a pudim de quase leite e “laranjágua” à vontade.
Nessas refeições no ESQUIMÒ, onde os pobres se encontram, há uma espécie de código de silêncio, poupando os personagens de reproduzirem de forma sonora suas desgraças e ladainhas de pessimismo diárias. Cada um concentra-se fixamente no prato, com olhar de cachorro magro e ingere toda quantidade de comida, seja ela qual for, depositada no recipiente redondo. Não escapava nem grão de arroz duro. Ao acabar, aquela tradicional limpada nos beiços cor de vermelho tomate, e depois um café de pensão, o famoso 3F (feio, frio e fedido), bem aguado e com bastante açúcar.
Depois de pagar, só restava dirigir-se lentamente para o Metro Carioca. Batia uma certa depressão ao passar pela livraria da Travessa, cheia de gente chic, e não poder parar com medo de encontrar alguém conhecido e, mais uma vez, ter de contar suas aventuras de infortúnio. Esse negócio de chorar as mágoas para conseguir compaixão de outrem não fazia o gênero do Marcos. Nos bons tempos, quando chefiava a secção de restaurantes famosos do caderno “Domingo” do JB, Marcos era um sujeito espirituoso, de fala fácil, sempre jogando o astral dos colegas para cima. Sobrava até algum pra tomar uma cervejinha de sexta à noite. Agora as economias não davam para qualquer extra. Ir ao Maracá? Nem pensar! Dava até separação!
Cada ano, quando se aproximava a Páscoa, um nó na garganta ia se apertando cada vez mais a garganta do nosso herói, constrangido de não poder comprar nem um Kinder Ovo para o seu filho único e adotivo, o pequeno Francis (Francenildo Carlos da Silva). O garoto já tinha 8 anos e só conhecia chocolate pelas fotos de outdoor. Seu pai estava quebrando a cabeça, mas não encontrava forma de lhe comprar um ovo de páscoa. Que fazer? Era pouco provável ajuntar algum dinheiro a mais com as duas gravuras por dia. O trabalho era minucioso e lento. Não se pode apressar a criação: ela é fruto da contemplação da realidade do mundo que nos cerca e pode ser crítica ou admirativa. Mas sempre tem uma pitada de subjetivo do autor que lhe adorna com as fantasias da alegria ou da tristeza.
Num desses fins de tarde tipo natureza morta, quando nosso amigo já ia recolhendo os seus pincéis, sentiu-se tocado por trás por um garoto de rua conhecido na região por Casé (Carlos José não se sabe de que, 13 anos, filho legítimo do mundo, sem pai nem mãe nem genealogia).
--- Seu Marcos, desenha para mim o papai Noel?
--- Ô moleque, tu tá meio atrasado, já é época de coelho da Páscoa, rapaz!
--- Ta certo! Marrr me desenha um assim mermo. É para o meu irmão menor o Teco Bala Perdida. Ele nunca ganhou um presente de verdade! Só ganha brinquedo velho e arrebentado de criança rica.
--- Ô Caze, já é tarde! Se começar agora, vou perdera lotação das seis para Madureira!
--- Pô seu Marcos! Que vacilo! Amanhã é o aniversário dele e ele nem se liga nessa parada de Páscoa! Ele nem sabe o que é coelho! A gente só conhece as preás do Campo de Santana que os mendigos fazem churrasquinho! Eu tô na podre!
--- Ta bom! Coçou a cabeça o pintor, repôs os pincéis em seu lugar e recomeçou desenhar o bom velhinho para o garoto. Obviamente, tal tarefa era na moral...sem qualquer recompensa senão a alegria do menino e seu irmãozinho.
Quando o Marcos estava dando os últimos retoques no quadro, ouviu-se um grito de pânico na Carioca:
--- Ó o rapa! Ó o rapa! Se agita galera!
Os camelôs que já estão preparados para fuga, têm as mercadorias colocadas em uma lona estendida, com uma corda que passa por quatro buracos no extremo do tecido.Quando chega a guarda municipal, é só puxar a corda que a lona se fecha com as mercadorias e se está pronto para fugir correndo.
Nessa carreira desabalada, a guarda municipal e os camelôs derrubaram o tripé do quadro e derramaram-se todas as tintas no chão. Era o fim do Papai Noel do Teco!
Marcos, ainda caído no chão, tentava juntar os seus próprios cacos e levantar. Quando se deu por si, viu a obra arruinada e percebeu que o menino já também se tinha ido, fugindo dos guardas que nem diabo da cruz. Quando se apoiou para se levantar, pôs sua mãe sobre uma caixa retangular grande, de uns 50 cm de altura. Ao abri-la, deparou-se com um coelho de chocolate de tamanho natural com o interior recheado de bombons de licor. Estava realizado, com juros, o desejo do Francis.
Bendito Papai Noel que trouxe o coelho da Páscoa!!!
quinta-feira, 16 de abril de 2009
Sina de engenheiro
Frase da semana: "prá todo pé doente sempre tem um chinelo velho!" Não perca as esperanças em época de vacas magras...Ah muleque!!!
Segue uma poesia de engenheiro
Bem vindo ao mundo de Timoshenko
Mal eu cheguei ao mundo
Aos três meses de vida
A régua T do velho caiu no meu berço
Olhei meio sem jeito para aquele mostrengo
E comecei chorar a cântaros
Como poderia eu encarar de outro jeito
Aquele objeto, para mim tão abjeto
que tanto me causava medo?
Mamãe ficou desesperada
Conhecia a sina do destino
Mais alguns anos
E eu seria um engenheiro duro
Chato, sem papo, sem graça
Que nem o marido dela
O meu pobre pai
Aos quinze
Fiz um teste para o teatro
O cara me olhou no palco e suspirou
Você não leva jeito de viado
Pode desistir, meu bem...
Não pensei duas vezes
E Cai fora
antes que ele me agarrasse de vez
Pensei em ser jogador de pôquer
Mas eu sempre tinha algum dilema ético
Queria por todas as cartas na mesa
Gostava das coisas certas
E para entrar na jogatina
Não se pode ser amador
Que tal tentar a música?
Lancei-me para o coro da igreja
E fui defenestrado no primeiro “derrama”
Vi qual era a vontade do Senhor
Eu emitia sons desritmados
Fora de tom e de momento
Eu era o tormento do maestro
Eu lhe causava furor
Escritor nem pensar
Só entrara no vestibular
Porque a redação não era eliminatória
Minhas frases eram longas
Meus parágrafos confusos
Eu nunca acertava a crase
E não tinha frase
Que eu não demonstrasse
Minha mente numérica
Sem nenhum tato
Para qualquer conceito abstrato
A engenharia foi minha mãe
E eu seu filho fiel
Ali encontrei o meu porto seguro
O que se pode dizer em dez linhas
O engenheiro fica mudo
E te fornece uma equação
Foi a minha salvação
O engenheiro não tem auto-estima
Depois da primeira prova de cálculo III
O amor próprio fica falecido
E brota em todo o seu ser
Uma impotência existencial
Que só se resolveu a base do pragmatismo americano:
Quem não cola, não sai da escola!
Uma vez formado
Com aquele lauto salário
De mil e duzentos reais
Dá para imaginar
Quantas meninas eu conquistei
Só baranga pintava no meu retrovisor
Mas tudo isso tem o seu lado bom
Eu ainda sou do bem
Não vou ser ninguém
Mas sou um pobre honesto
Réu confesso das minhas próprias integrais
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Slang carioca
Antes de mais nada um abraço pra torcida do menguinho que esse ano não ver a cor de título algum! Se bobear rebaixa...
Frase da Semana pro piloto do 485: "Vai devagar que eu só pretendo chegar!'(Ah muleque!!!)
Slang Carioca
Fala muleque safado
Eu tô meio bolado contigo
Depois daquela parada roubada
Que tu me meteu!
Que é isso maresia
Deixa de onda
Te pus na cara do gol
De frente pro crime
E você desperdiçou...
To na área
Derrubou é penalty!
Mas aquela cachorra,
Fala sério...
Tu tá pensando o que malandragem?
Tu tá só de vadiagem
Vive sempre de boresta,
não investe um tempo em nada
Querendo dá uma de bom moço
Pra cima de môa?
Tu é carne de pescoço!
A gata sacou qual era a tua
E viu que tu não era a vera
E te despachou
Nem deu chance pra tua conversinha...
Isso é sopa de letrinha...
Ela logo sacou!
Tá ligado?
Qualé amizade?
Tá de sacanagem com teu camarada?
Eu só um cara sinistro!
Apesar do meu ciso
Eu não brinco em serviço não!
São vinte e cinco anos de praia!
É marr tu não viu a concorrência?
O outro maluco chegou com um tremendo carro irado
E te deixou na insolvência!
Tu ficou que nem um otário
A ver navios na baia de Guanabara!
Deixa rolar!
Pede uma bavária obrama
Que na próxima semana
Teu sucesso vai chegar!
Esquenta, não! Tu vacila marr tu é um cara maneiro!
!Foi mal!
sábado, 28 de março de 2009
Ode à Tijuca e aos tijucanos!
Seguem duas poesias: uma sobre o orgulho de ser tijucano e outra uma produção mais antiga!
Frase da semana: "Não me venha com a problemática! O que eu preciso é da solucionática!!" (Dadá maravilha o gênio do gol!!Ah muleque!!
TIJUCA
Quem nasce na Tijuca
gosta da simplicidade!
Não dá mole pra baranga
e está sempre na atividade!
Bairro de português,
sabe levar as coisas no papo.
E resolver com um talvez
algo que poderia acabar em sopapo!
Freqüenta a zona sul,
mas gosta mesmo é da Afonso Pena!
Tira onda em Ipanema,
mas toma chope na Saenz Pena.
Além da fraternidade geral,
na Tijuca mora o perigo.
Mas onde mora o sossego meu amigo?
O Rio de Janeiro não é mais um lugar de retiro!
Viver pensando no inimigo
É terrível, mas é real,
Onde se escondem os prefeitos e governadores,
esta estirpe letal?
Que passeia de bicicleta em Paris
E esquecem do fundamental!
Mas antes de reclamar da Tijuca,
pense duas vezes meu camarada!
Terra de Tim Maia, Jorge Bem etc e tal
Berço das músicas dos sessenta e dos setenta
Tem, além disso, tradicionais Escolas de carnaval!
Quem não tomou um café no Palheta?
Quem não foi ao Maracanã?
Quem não comprou um talco na Granado?
Falem o que quiser,
Mas da Tijuca eu sou fã!
DITOS
Disse-me nada
a voz aguda que calava
qual praga disseminada
que ao fim do vergel se situava
Disse-me tudo
o orgulho mudo do absurdo
que atrás do muro ecoava
junto ao entulho que deixava
o pobre viramundo
que no solo se deitava
Disse-me algo
o fidalgo que passava
rolava a pedra e se sentava
coberto do pó do tempo e perguntava:
Quem serás tu amanhã,
se hoje eres morte antecipada?
Se fazer tudo ou fazer nada
se não se faz por inteiro
é jogada descartada
insônia de madrugada
vida sem paradeiro
nada vale não!
quinta-feira, 19 de março de 2009
Vida de professor
Segue uma cronicazinha sobre a vida heróida de um professor do MSRANB (movimento dos sem remuneração adequada às necessidades básicas)!!!
Frase para encerrar um relacionamento tempestuoso: "Paixão, fala aqui pro teu amorzinho fiel, tu é lourinha ou L'Oreal?"
Uma manhã na vida de um professor
Um irrequieto professor da UFRJ caminha em círculos no ponto de ônibus na Pinheiro Machado, aguardando o 485...
Seus pensamentos fervilham, suas mãos sôfregas começam a suor frio e destilam um líquido ácido capaz de corroer qualquer pulseira metálica de relógio.
--- Você está aqui há quanto tempo? Pergunta o professor tentando entabular uma conversa com uma calouro qualquer, sem se importar muito com a resposta, só mesmo para disfarçar o nervosismo... e, até porquê, a maioria dos calouros são surdos e mudos, ainda não superado trauma pós-trotre.
--- Leopoldina! Fundão!Grita o garoto do troco da van sentado em seu banquinho de madeira.
Nosso herói fez menção de correr, mas já era tarde. O pessoal mais novo não tem piedade de velho lerdo, e como o paralítico da piscina de Siloé, o professor é deixado para trás e não entra na condução.
Ah se algum deles for meu aluno no semestre que vem... Vai ter forra nas provas... vou passar o cerol em 70% da turma – pensava sozinho o professor. Ih rapaz! Por falar em aluno, hoje é dia de prova da Produção e nem preparei nada! Pior ainda, a aula deles começa as 08h00minh e já são 07h30minh e nada de 485!
Deixe-me pensar... como é que eu vou fazer? Já sei, tem alguma mensagem do ano passado em que eu mandei um e-mail para mim mesmo, para poder trabalhar em casa, que contêm as questões da prova da turma anterior. Tudo bem: vou chegar correndo, imprimo e... esta fato! Xii!!! Não vai dar! Meu micro ainda não voltou do conserto! A essa hora a única pessoa que pode ter chegado é a Dona Palmira da biblioteca. Plano B: entro lá, passo uma conversa na velha e uso o seu computador, localizo o e-mail antigo, gravo num disket, pois a vetusta não tem impressora e imprimo na secretaria da Decania.. contando, é claro, com a boa vontade do pessoal da vigilância para abrir a sala antes da chegada da Cristina, cão de guarda, quer dizer assessora especial para assuntos aleatórios do decano! É isso! Valeu garoto! Ah moleque bom!
07h43minh. Meu Deus! Essa droga não chega! Maldita FETRANSPORTE com seu sistema de coronelismo! As linhas ficam sempre com as mesmas moscas e a outra parte permanece inalterada! Vou me direcionar para perto da esquina da Pinheiro Machado com Rua das Laranjeiras para poder entrar primeiro, com chance de sentar para completar o último relatório do projeto da FINEP, cujo prazo acaba hoje! Isso se a bateria do Lap Top ajudar...
Por falar em FINEP não salvei o formulário no computador da faculdade! Eu não queria, mas vou ter que usar o do ano passado mudando só a data. Ninguém vai ler mesmo!
Agora é ele! Vai parar: vem-me a mente o filme Coração Selvagem... Hold...hold...Agora! Pulei destemido, mas me estatelei nas costas da gordinha da Letras, que disparou uns cinco palavrões contra a minha progenitora! Nada a fazer! Não há como sentar... rabeira de fila é o meu destino! Vamos rezar para superar a corrida de obstáculos até a roleta e não ser tragado pela massa densa, viscosa e mal cheirosa que se sustenta nos canos de ferro parecendo carne de segunda pendurada no açougue de subúrbio!!!
Ultrapassar a roleta tem o mesmo grau de dificuldade da escalada do Everest sem tubo de oxigênio! Um negão maroto na minha frente tenta apressar a operação dirigindo uma conversa de cerca Lourenço para a feiosa professora da Química:
--- Vossa majestade poderia dar um passinho a frente, pois a minha pasta enganchou no zíper da sua bolsa?
--- Mais respeito, rapaz! Eu sou titular da COPPE!
---Perdão, minha senhora. Não é uma questão de título, é um problema de física clássica! Dá pra desenroscar essa bolsa da minha pasta?
--- Pois não! A mulher deu um puxão que abriu a pasta do rapaz, deixando cair alguns livros.
--- Madame vai saindo daqui antes que eu perca a cabeça!
Após assistir a patética cena, a nova missão era trilhar o caminho até a roleta.
--- O professor tudo bem? Já preparou a nossa provinha de hoje? Pega leve em mestre!
--- Tudo bem... como é o seu nome mesmo?
--- Adolfo Grinberger, mas pode me chamar de gringa, mestre.
--- Adolfo, desculpe a pressa mas tenho que passar mais adiante. A prova é sempre fácil para quem estuda. A gente se fala lá na prova. Aproveita pra rezar que eu estou de mau humor!
Consegui andar dois passar e me desvencilhei do aluno chato. Agora terei que passar entre a velha gorda e o lutador de juijitsu. Pus a barriga pra frente, fiz alavanca com o joelho direito e, com as duas mãos, empurrei o ombro da gorda e do lutador. Depois de dez segundos, o camelo passou pelo buraco da agulha. Milagre da física. No entanto levei uma guarda-chuvada da velha e um catiripapo do lutador que cheguei atordoado até a roleta!
--- Ainda é um e noventa?
--- Claro professor. Mas não vêm me empurrar de novo àquelas notas velhas e aquelas moedas sujas!
--- Hoje, estou com uma notinha nova em folha de 20 pratas, meu irmãozinho! Tirada agorinha do caixa eletrônico! Especial pra ti que não suporta dinheiro velho!
O cobrador fechou a carranca, pegou as piores notas para troco e juntou com bastante moeda e liberou a passagem. Engoli em seco e dei o assunto por encerrado. O cara do troco tinha um metro e noventa...meus protestos seriam em vão!
07h55minh. Nem chegamos na Leopoldina! Já fiz vários cursos de administração do tempo para executivos, porém nuca consigo chegar na hora! Mas espera lá, eu sou a lei, se eu não chegar não tem prova. Os alunos é que devem ficar ansiosos não eu! Relaxa, garotão!
07h58minh. O ônibus entra no viaduto da Linha Vermelha! O trecho sobre a Rua Bela parece Interlagos! 110Km/h, 120, 130..150!!! Acabamos de ultrapassar um Audi A6!
8:04h! Estamos atrasados mas já chegamos na curva do CENPES. Agora é torcer para que o pouca gente desça todo no CT e assim possamos o mais rápido possível no ponto da Letras.
8:12h! Desembarquei, tropecei, caí! Que desgraça: quase rasguei a calça de panamá que só encontrei na Chapelaria Alberto! Deixei algumas risadas para traz e mirei diretamente na direção da biblioteca. Toquei três ninguém chegou ainda? A Dona Palmira é mais pontual que relógio suíço. Após um momento de perplexidade, avistei um bilhete no quadro de avisos:”A missa de sétimo dia da Sra. Palmira Ramirez de La Hoya será as 10:00h de hoje, no salão nobre da reitoria”! Não acredito, a velha foi pro além justo hoje!!!
A única chance agora é o xérox do Bloco F. Passei por trás da fila de alunos, mediante protesto geral, e entrei pela porta lateral da xérox. Esbaforido, perguntei:
---Posso usar tua impressora?
--- Infelizmente não, professor! Acaba de faltar a luz no CT há uns cinco minutos. Não posso ajudá-lo desta vez!
E agora rapaz! Como é que vou enfrentar essas feras?
Entro na classe as 8:17h, os alunos já devidamente posicionados, com suas colas escondidas...
--- Bem pessoal, eu andei refletindo melhor, durante esse fim de semana e, dado o excelente empenho de vocês nas aulas, vamos fazer a nossa avaliação através de um trabalho prático turbinas a gás. Só não vale CONTROL C e CONTROL V. Prova pra vocês da Produção, futuros executivos e não meros técnicos não faz sentido.
Quando terminei de falar, o clima era de gol do Flamengo no Maracanã! Alvoroço, gritaria, emoção!!
---Grande mestre, Aníbal! Esse é sangue bom!
Minha camisa estava completamente suada! Peguei meu material, com a sensação do dever não cumprido e fui tomar um açaí com guaraná para da uma relaxada... Essa profissão de professor é stress puro...Ninguém merece!!!
sábado, 14 de março de 2009
Retificando a descida

Fala Galera, tudo em cima?
Um grande amigo o Johannes alertou-me para um furo na "Frase da semana" da última postagem: onde se lê descida leia-se decida, senão fica sem sentido!
Aproveitando a oportunidade e a deixa vou postar esta minha poesia de onde retirei o bordão mencionado.
Segue, também, uma outra poesia de bonus!
De Cida
Deixa Cida que decida
Ainda que seja imprecisa
Por vezes até encardida
Palavra de mulher
É pior que praga inimiga
Deixa Cida que decida
Ainda que a dura lida da vida
lhe roube o frescor de margarida
ela é a única que realmente te estima
Deixa Cida que decida
Ainda que a tua é causa perdida
Sair de casa é que pior que dívida antiga
Passa o tempo e fica pendente a maldita
Ainda quando ela te faltar na vida
Saltando o parapeito do além
no seu peito a de há de faltar um bem
há de lembrar alguém
ainda que chores o dom da partida
Mas será o fim do Serafim?
Onde já se viu
Um homem falar assim?
Arroga-se no direito
E sacode o jacá desse jeito?
Pobre de mim,
Por pura desdita,
Após tanto meditar
Não tive saída
Senão reclamar:
Será o fim do Serafim?
Deixa estar, homem
Que volúpia tendes para julgar
Já desde criança,
No ímpeto da infância,
Estava o Serafim a palrrear
Não se ouviu mais sua cantiga
Que como alegre pranto,
Cobria com seu manto
A solidão do pomar.
Algum sinal nos dá a natureza
E sua ausência é um longo gritar.
Será preciso rogar?
Volta Serafim,
Que sem você é amarga à vida,
Já não ressoa a cítara,
Não há como caminhar!
Mas será, enfim, o fim do Serafim?
Haverá alguém de clamar!
Frase para o fim de semana: "Don't think twice, it's all rigth!" (Bob Dylan)
quarta-feira, 11 de março de 2009
Chapa quente
Segue uma composição, nem poesia nem crônica, mas algo mais realista e carioca!
Frase da semana:"Deixa Cida que descida!" (Não entre numa de brigar com a dona Maria que é roubada!!!Ah muleque!!!)
Sujeito homem
[Conversa hipotética de 2 nativos (N1 e N2) da Vila Cruzeiro, dia 31/12/2009, lá pelas 3 da madrugada, cada um com mais de 10 cervejas na cara]
N1: Tu é sujeito homem?
Sei não, mermão...Essa coca é fanta!
N2: O rapa, tá de brincadeira comigo?
Eu sou sujeito homem, sim senhor!
E farr favor!
Vai devagar com andor, que se não eu te mato!
Tu num é homem, tu é um rato!
N1: Qualé maresia!
A tua macheza é só fantasia!
Deixa de hipocrisia e assume de vez!
Essa cara de saudade não esconde o talvez!
N2: O seu verme!
Vê se te emenda, senão a bala vai comer!
Vou te botar a sete palmos,
tu vai ver qualé a de morrer!
N1: A boneca engrossou a voz!
Saiu da adolescência, minha princesa?
Tá pensando que me assusto com o teu berro? Eta, ferro!
Vai pro inferno com toda a tua descendência!
N2: Num põe a mãe no meio,
que te arranco a dentadura,
seu filho de uma égua!
N1: Num tem exceção pra essa regra,
sua cavalgadura!
Num sabe que a velha é da ascendência...
Pensa, sinta esta nova sensação!
Pool! Pool! Ouviram-se dois disparos secos...
Lá se foi a valentia pra sepultura...
A irreverência e a burrice são uma mistura explosiva...
Rapadura é doce, marr num é mole não!
sábado, 7 de março de 2009
Os prazeres do almoço!!!
Segue uma cronicazinha para amenizar a temperatura!
Verde Vício
Final de mês é aquele problema. Cartela de ticket refeição esgotada – fato que denunciava constantes incursões por churrascarias do centro -, conta corrente no vermelho, limite do cartão de crédito estourado...não restava alternativa. Tinha, a qualquer custo, que acionar o plano B, qual seja: entrar na aba do Germano, engenheiro amigo, que sempre me livrava dos momentos de angústia. O único inconveniente é que o citado era adicto de comida vegetariana e não dispensava o almoço no Verde Vício, restaurante pretensamente sofisticado da Rosário, pertinho da Primeiro de Março. Faça-se justiça: neste estabelecimento o verde é prioritário, mas não exclusivo.
Lá pelas 9:30h, evitando qualquer possibilidade do colega citar almoço com algum cliente ou outro amigo, disquei seu ramal interno:
--- Graaande Germano, como vai esta força?
--- Fala meu camarada. Tá na roubada, né?
--- Bem...na verdade... eu precisava falar algo pessoal contigo...você sabe da nova reestruturação do departamento?
--- Me engana que gosto, seu safado! Fim de mês e você já detonou o ticket, é ou não é? Meio-dia lá embaixo defronte ao McDonald, é Verde na cabeça, valeu?
--- Tá mais que confirmado! Fui!
Com o Germano não tinha perhaps. Era o amigo das horas difíceis que não pedia requerimento para fazer favor pra amigo. Pão, pão; queijo, queijo. Se ele pudesse fazia na hora; se não havia condições de ajudar, não te enrolava! O único porém, no caso específico do almoço, era se adaptar às suas condições de contorno: seu paladar era mais de coelho que de gente. Mas tudo bem... a companhia sempre era agradável e divertida, e, invariavelmente, a conversa estava repleta de piadas e tiradas espirituosas.
Hora marcada é hora confirmada. A ascendência alemã, como o próprio nome indicava, fazia da pontualidade uma das virtudes marcantes do Germano, em contraste com o resto do pessoal do trabalho. Encontramo-nos no lugar marcado e fomos em direção a Rosário.
Na porta do Verde, chocamo-nos com duas figuras insofismáveis: a Roberta – cuja beleza era inversamente proporcional à inteligência – e com o Patrick – subchefe da informática, cuja patente não era compatível com sua onisciência e com as especializações que cursara...segundo sua própria opinião.
--- Gegê, meu amor! Soou a voz de taquara rachada da Roberta, acompanhada pelo splash de um beijo.
Fui rapidamente tentando cumprimentar o Patrick para fugir do batom. Tentativa frustada, no entanto. Não obstante a viscosidade da moça, ela era uma pessoa simples e sincera, chegando até a simploriedade.
--- Vamos encarar a fila? – estimulou-nos alegremente o Patrick.
--- Vamos nessa! Concordei sem qualquer objeção.
No restaurante em questão você escolhe as saladas e os pratos quentes que quiser, sendo servido pelas atendentes. O público em sua maioria é feminino, dada a procura pelos alimentos hipocalóricos, benéficos à estética e atuantes contra quaisquer agentes colesterígenos. Em geral, duas semanas almoçando direto no Verde, para o cidadão carnívoro, pode conduzir a graves casos de depressão aguda! Não há psicotrópico que te cure...só mesmo uma boa churrascada...com moderação, é claro!
--- Para beber? – perguntou-me a sorridente atendente?
--- Coca Light pra mim!
--- Meu senhor, aqui só temos sucos naturais hipocalóricos.
--- Mas é light...
--- Infelizmente, só temos guaraná natural diet, goiaba integral e maracujá sem maracujina.
---Tá, Ok! Obrigado, mas acho que não beber nada.
--- O senhor não sabe como é bom este suco de goiaba integral...
--- Tranca a rua, né?
--- Como assim?
--- Para não ser indelicado, digamos que impede o fluxo dos dejetos orgânicos!
--- Perdão senhor, mas não entendi.
--- Desculpe, deixa pra lá. Estou sem sede hoje.
A essa altura, não só meus colegas de trabalho, mas toda fila parara para assistir o diálogo com a garçonete. Fui alvejado por alguns olhares furiosos de umas meninas que faziam Direito, ali perto na Cândido Mendes, e eram freqüentadoras assíduas do local. Percebi que o melhor seria desfazer a confusão e dar vazão, o mais rápido possível, ao fluxo normal dos comensais, deixando minhas opiniões pessoais para um outro momento.
Superado o incidente circunstancial, sentamo-nos numa mesa do segundo piso.
Sem prévio aviso, nem pedido, o Patrick neste dia estava disposto a abrir o coração, fazendo revelações da sua juventude atribulada:
--- Pô, cara, eu já ganhei muito dinheiro quando eu era mais novo! Não era rico não, mas tinha um padrão violento!
O Germano, gozador que é, foi dando linha na pipa do interlocutor:
--- É mesmo, cara? Eu acho que você me contou isso. Foi quando você tinha aquela loja de compra e venda de carros usados, né?
--- Isso mesmo! Cheguei a ter doze carros na loja! Mas fumava o equivalente a venda de um carro por semana, cara!
--- É mesmo, é? – também estimulei o Patrick.
Conversa vai, conversa vem, o rapaz em quinze minutos descreveu sua biografia de altos e baixos, que culminava na sua recuperação financeira e afetiva. Diga-se de passagem, era uma pessoa profissionalmente competente e confiável.
A conversa foi se conduzindo, naturalmente, para a reestruturação do departamento, as vésperas de acontecer. O Germano comentou:
--- Esse inglês que veio para chefiar o RH é muito gente boa!
--- Eu que pensava que os ingleses eram mais chatos que os europeus! – comentou ingenuamente a Roberta.
O Germano com um olhar de que não fui eu que a convidei, apesar de se caraterizar por ser de uma pessoa de índole polida e bastante condescendente com as pessoas, não resistiu e observou:
--- Roberta, a Inglaterra faz parte da Europa! Não fala essas coisas na reunião, não! Pega mal!
--- Desculpa, eu me equivoquei! Você, também, é muito implicante!
--- Deixa pra lá, gente! Vamos tomar um expresso? Convidou-nos o Patrick tentando ajudar a colega,
Sugestão aceita por todos sem objeção. Aliás, a Roberta que era uma pessoa genuinamente pura, não guardou qualquer ressentimento. Mas valeu o toque do Germano: prevenir é melhor que remediar!